UMA
HAGADÁ PARA NOSSOS DIAS
(Versão 2.001)
Organizada
por Mauricio Mindrisz
com
textos de Moacyr Scliar
OBS:
As menções referentes a músicas em CD ainda
não estão disponíveis. O CD é um projeto a ser concluído
DEDICATÓRIA
Dedico
esta Hagadá a todos aqueles que participaram de sua longa construção.
Todos meus familiares e amigos: minha mãe, minha esposa, meus irmãos,
minhas cunhadas, meus sobrinhos, amigos, enfim a todos aqueles que particparam
de um Seder em casa.
Representando eles, dedico esta Hagadá a dois "Ioná":
A meu pai, que durante os anos que convivemos juntos liderou o Seder
na língua que entendíamos e a meu filho, para quem, baseado num dos
mandamentos do Seder, transmito a mensagem de Pessach.
POR
QUE UMA NOVA HAGADÁ?
Depois
da Bíblia, provavelmente o livro judaico com maior número de edições
deve ser a Hagadá. Se existem tantas Hagadot ricamente ilustradas, comentadas,
seguindo ritos ortodoxos, conservadores, liberais, progressistas, por
que então mais uma? Não seria, então muita presunção de quem nem rabino,
nem estudioso das leis é?
Acho que a resposta a essa última pergunta é sim.
Então por que?
A resposta está num dos mandamentos da própria Hagadá: "E
contarás a teu filho."
Para contar a meu filho preciso falar na nossa língua, e aí não
me refiro à língua pátria, o português.
Mas sim de maneira que ele acredite. Acredite e possa transmitir
para seus filhos, e para os filhos dos seus filhos.
Preciso falar com ele, de maneira coerente com meus valores. Por
isso, organizei esta Hagadá, falando na nossa língua, em coisas
que acredito e gostaria que ele acreditasse.
Mas sem subversões. Quem quiser usar esta Hagadá em seu Seder,
fique tranquilo, não terá problemas.
Ela, como todas as demais, contém todos os quinze passos do Seder.
Nenhum a mais, nenhum a menos.
Ela está escrita em português, para todos entenderem.
Tem as orações todas na nossa língua sagrada - o Hebraico.
Tem também músicas em outras línguas faladas pelos judeus durante
sua longa história: o aramaico, o ladino e o idish.
Esta não é uma obra acabada, está aberta a todos aqueles com
sugestões para enriquecê-la.
A
CONSTRUÇÃO DESTA HAGADÁ
Esta
Hagadá vem sendo construída nos Sedarim comemorados em minha casa.
Desde que me lembro como gente, Pessach foi comemorado em nossa casa,
e sempre com a leitura da Hagadá. E sempre em português, sem dúvida
para que todos nós (eu, meus irmãos, cunhados, filhos, sobrinhos e amigos)
pudéssemos entender e participar da festa.
A primeira, utilizada durante muitos anos, foi uma Hagadá editada na
Argentina: Hagadá de Pessach com tradução completa para o português
de José Schor da Livraria Editora S. Sigal Buenos Aires - 1.949. Usávamos
também Hagadot, vindas da Ucrânia, que o Shmileck (Abraham Szmojz),
um velho amigo de nossa família, usava.
Na década de 70, novas Hagadot com tradução em português foram editadas
e foram introduzidas nos nossos Sedarim. Assim durante muitos anos utilizamos
a Hagadá de Pessach da Editora B'nai B'rith S.A. editada em 1.972. Isso
permitiu um melhor acompanhamento da narrativa, pois utilizávamos vários
exemplares dessa Hagadá. Na mesma época, outras Hagadot traduzidas para
o português foram editadas e por nós utilizadas, permitindo que todos
participantes acompanhassem a leitura. Porém essa quantidade de diferentes
edições começou a trazer problemas no acompanhamento, pois obviamente
a paginação diferenciava de uma edição para outra, e mesmo o conteúdo
mostrava diferenciações.
Com a publicação da Hagadá de Pessach da Central Conference of Ammerican
Rabbis, também da Editora B'nai B'rith. de 1.977, ocorreu uma grande
mudança. Além de uma tradução mais bem cuidada, vários textos adicionais
foram incluídos, que permitiam uma leitura bastante atualizada, chamando
mais a atenção da importância da luta pela liberdade, não só na saída
do Egito, como a principal mensagem de Pessach. Duas obras recentes
tornaram praticamente obrigatórias a elaboração desta Hagadá: "Um
Seder para os nossos dias" de autoria de Moacyr Scliar da Editora
Shalom Ltda. e "Pessach Um Manual" de Nilton Bonder da Editora
Imago. A primeira delas só não foi adotada como a Hagadá "oficial",
por um simples motivo: na verdade não se trata de uma Hagadá e sim de
um conjunto de oito textos com interpretações bastante atualizadas do
original. Ela não contém os vários passos do Seder: a lavagem das mãos,
o afikoman, o momento das quatro taças, o momento de comer a matzá,
o maror, etc. Vários desses textos foram utilizados na íntegra. A utilização
desses textos justifica o título: "Uma Hagadá para os nossos dias".
A segunda versão desta Hagadá utilizou vários trechos de "Uma Hagadá
para a Consciência em Evolução" de Karen G.R. Roekard.
Essa obra serviu também para me tranqüilizar quanto a era messiânica.
Quem avaliará se é chegada o momento da vinda do Messias será o Profeta
Elias - um militante que representava a classe trabalhadora.
Mauricio
Mindrisz
PREPARATIVOS
Esta
hagadá como todas as demais contém a estrutura básica do Seder, com
seus quinze passos, através de rituais, textos, músicas, orações, experimentação
de comidas simbólicas.
Para o relato da Hagadá, os apetrechos da mesa são essenciais.
A maior parte deles são dispostos numa travessa do cerimonial, a keará,
que contém:
· Karpas: Algum tipo de vegetal ou erva, sendo a batata,
salsinha ou cebolinha geralmente usadas
· Maror: Ervas amargas. (raiz forte, escarola, endívia
e a alface romana)
· Charosset: uma mistura de maçã, nozes, vinho e temperos.
· Zeroa: um osso com carne assada para servir de lembrança
do sacrifício de Pessach realizado no passado.
· Beitzá: ovo chamuscado. Simboliza um sacrifício específico
oferecido a todos que nesta época peregrinavam a Jerusalém e iam ao
templo.
· Chazeret: Raiz forte para ser usada no sanduíche de
korech.
Além
da keará, obrigatoriamente, a mesa deve conter:
·
Cálices de vinho para cada um dos participantes: Todos
devem beber os quatro cálices conforme definido na Hagadá
· O copo de Eliahu Hanavi: Uma taça, geralmente grande
e ornamentada, é reservada para Eliahu Hanavi
· Água Salgada: Para mergulhar o karpas
· Cobertura para Matzot: Para envolver as três
matzot
· Guardanapo: Para envolver o afikoman
Acendimento
das velas
Uma
vela que servirá de shamash (vela guia) é acesa e passa por todos os
participantes
Começamos
a celebração deste Seder de Pessach da mesma forma que iniciamos todas
as celebrações, ou seja, consagrando a Luz - ambas, a luz trazida a
nós pelas velas e a luz que percebemos de todas as criaturas vivas em
nossas vidas.
Na medida que há esta meditação, deixe que a vela que serve de
shamash, a vela guia, seja passada, de pessoa a pessoa por toda a
sala, e depois acendamos as velas da festa. Traga a energia da luz
das velas para dentro e através de você.
Permita a seu olhar ver aqueles que você ama e que não podem estar
aqui. Convide-os a participar deste Seder.
Por nossas famílias, por aqueles que amamos, nossos amigos.
BARUCH
ATÁ ADONAI ELOHEINU MELECH HAOLAM ASHER KIDSHANU BEMISTVOTAV VETSIVANU
LEADLIK NER SHEL IOM TÓV
O
SEDER
Esta
mesa em torno à qual nos reunimos, esta mesa com as matzót, com as ervas
amargas, nossos copos de vinho, o cálice de Eliahu Hanavi, o prato com
todos seus apetrechos, não é uma mesa; é a mágica embarcação com a qual
navegamos pela brumas do passado, em busca das memórias de nosso povo.
Somos muitos nesta noite, ao redor desta mesa.
Somos os que estamos e os que aqui já estiveram; somos os avós, pais
e filhos e somos também os nossos antepassados. Somos um povo inteiro,
em torno a esta mesa. Aqui estamos para celebrar, aqui estamos para
dar testemunho.
Dar testemunho é a missão maior do judaísmo. Dar testemunho é distinguir
entre a luz e as trevas, entre o justo e o injusto. É relembrar os tempos
que passaram para que deles se extraia o presente a sua lição.
Seder em hebraico, significa ordem. Em português, essa
tradução pode trazer algumas dúvidas. Não é ordem, no significado de
disciplina (exigir disciplina com quatro copos de vinho seria antes
de mais nada um contra-senso), mas sim no sentido de ordenamento, sequência.
Esse ordenamento começa por uma definição
dos quinze passos contidos na Hagadá, que cantamos a seguir:
(faixa
n°1)
Kadesh, Urchatz, Karpas, Iachatz, Maguid, Rotza, Motzi, Matzá,
Maror, Korech, Schulchan Orech, Tzafun, Barech, Halel,Nirtzá
1.
Kadesh - Recitar o kidush
2. Urchatz - Lavagem das mãos
3. Karpas - Mergulhar vegetal em água salgada
4. Iachatz - Quebrando a matzá do meio
5. Maguid - Contando a história
6. Rotza - Lavagem ritual das mãos
7. Motzi - Benção da Matzá
8. Matzá - Comendo a Matzá
9. Maror - Erva amarga
10. Korech - Sanduíche de maror
11. Schulchan Orech - Refeição festiva
12. Tzafun - Resgatando e comendo o afikoman
13. Barech - Benção após a refeição
14. Halel - Cantando cânticos de louvor
15. Nirtzá - Pedido de aceitação às nossas orações.
1.
Kadesh
Para
mostrar que somos um povo livre, serviremos todos os quatro cálices
de vinho uns para os outros, NINGUÉM tendo que servir seu próprio cálice.
Levanta-se
o cálice e recita-se:
A
gora, na presença de seres amados e amigos
,
diante de nós os símbolos de júbilo festivo,
reunimo-nos para nossa sagrada comemoração.
Com nosso povo, nossos filhos, nossos pais,
nossos netos e nossos avós, unindo e vinculando o passado ao futuro,
atendendo mais uma vez ao chamado divino para o serviço.
Vivendo nossa história, contada para todos os povos,
cuja brilhante conclusão ainda está no porvir, reunimo-nos para observar
a Festa de Pessach.
N
ossa história conta que, de várias maneiras,
com diferentes palavras,
o Eterno prometeu liberdade ao nosso povo.
Com copos de vinho relembramos cada uma delas, assim como agora, a primeira.
Fica-se
sentado enquanto se reza a bênção do vinho:
BARUCH
ATÁ ADONAI ELOHEINU MELECH HAOLAM BORÉ PRI AGAFEN
Somos
gratos a ti, Criador do universo, por teres feito o fruto da videira
e possibilitado este primeiro cálice de vinho de Pessach - o cálice
do reconhecimento.
Quando
o seder ocorre no término do Shabat, recita-se a Havdalá:
BARUCH
ATÁ ADONAI ELOHEINU MELECH HAOLAM BORÉ MEORÊ HAESH
BARUCH
ATÁ ADONAI ELOHEINU MELECH HAOLAM, HAMVDIL BEN CODESH LECHOL,
BEN OR LECHOSECH, BEN YISRAEL IAAMIM, BEN IOM HASHEVIT LESHESHET
TEMÊ HAMAASSÊ. BARUCH ATÁ ADONAI, HAMAVDIL BEN CODESH LECOL ELOHEINU
MELECH HAOLAM
Abençoado,
és tu Adonai, Criador do Universo, que criaste luminares de luz.
Abençoado,
és tu Adonai, Criador do Universo, que fazes separar o santo do
profano, a luz da escuridão, Israel dos demais povos,e osétimo
dia dos seis de trabalho.
|
(faixa
n°2)
BARUCH
ATÁ ADONAI ELOHEINU MELECH HAOLAM SHEHECHIANU VEKIMANU VEHEGUIANU LAZMAN
HAZÉ.
Abençoado,
és tu Adonai, Criador do Universo, que inspirou energia dentro de nós.
Aquele que nos provê das experiências, que nos faze quem somos, e quem
nos permitiu chegar a este momento de nossas vidas.
Bebe-se
o primeiro cálice de vinho.
2.
URCHATZ
Encha uma jarra
com água e traga-a junto com uma bacia vazia para a mesa.
Um a um os participantes derramam a água sobre as mãos de seu
companheiro ao lado. (No momento que a água estiver caindo sobre as
suas mãos pense algo que você gostaria de se ver lavado ou limpo
do seu caminho. )
Após derramar a água no último participante, falamos todos em
conujnto:
KEN IEHI RATSON
Possa assim ser.
3.
KARPAS
Mergulha-se o
karpas na água e recita-se:
BARUCH ATÁ
ADONAI ELOHEINU MELECH HAOLAM BORÉ PRI ADAMÁ
Somos
gratos a ti, criador do universo, por Ter criado os frutos e os vegetais.
Nós Te agradecemos por nos prover do sustento e da nutrição necessários
para nossas vidas.
Come-se o karpas
4.IACHATZ
Divide-se
a matzá do meio (sem descobri-las) em duas partes desiguais.
Acabamos
de dividir a matzá do meio em duas partes: a parte maior (Afikoman)
foi guardada no guardanapo e a parte menor (Lechem oni) retorna para
o meio da cobertura das matzot.
Daqui a pouco, misteriosamente, o Afikoman desaparecerá.
Agora continuaremos a narração com itens quebrados e ocultos.
O pedaço menor, quebrado, reposto no meio das matzót, simboliza o estágio
em que estamos agora, quebrados, incompletos, escravos no cativeiro
do Egito.
O afikoman escondido representa a outra metade a ser encontrada, sem
a qual o Seder não poderá ter continuidade. Representa também a referência
simbólica à futura Redenção que dará conta de toda a aflição.
5.
MAGUID
O
PÃO DA MISÉRIA
Tira-se
o osso e o ovo do prato.
Descobre-se parcialmente as Matzot
Ergue-se a keará
Canta-se
HA LAHMA (faixa n°3 ):
Ha lahma (ha lahma) anyah di achalu
Achalu avatanah
bearah bearah
demitzrayim
Kol dihfin yetê
veyeichol
kol ditzrich yetê
veyifsah Hashatah
hachá,
leshanah habaah
bearah deyisraeil
hashatah avdei
leshanah habaah bnei (bnei) horin
O
lhemos, pois, a matzá que está sobre a mesa.
Este é pão da pobreza que comeram os nossos antepassados na terra do
Egito.
Quem tiver fome,
e muitos são os que tem fome neste mundo em que vivemos,
que venha e coma.
Quem estiver necessitado,
e muitos são os que amargam necessidades neste mundo em que vivemos,
que venha e celebre conosco o Pessach.
É o legado vivo de nosso povo,
a mensagem contida neste simples alimento,
neste pão ázimo que o sustentou no deserto,
e que o vem sustentando ao longo das gerações.
É preciso ser justo e solidário,
é preciso amparar o fraco e ajudar o oprimido.
O deserto que hoje temos de atravessar não é uma extensão de areia estéril,
calcinado pelo sol implacável.
É o deserto da desconfiança, da hostilidade, da alienação de seres humanos.
Para esta travessia temos de nos munir das reservas morais que o judaísmo
acumulou, das poucas e simples verdades que constituem a sabedoria desse
povo:
· Ama a teu próximo como a ti mesmo.
· Reparte com ele teu pão.
· Convida-o para tua mesa.
· Ajuda-o a atravessar o deserto de sua existência
Recoloca-se
o osso e ovo na keará
Coloca-se a keará na mesa
Cobre-se as matzot
O segundo cálice de vinho é servido (sempre um servindo para
outro)
AS
QUATRO PERGUNTAS
Canta-se MA-NISHTANÁ:
Todos
cantam MA-NISHTANÁ:
Ma
nishtaná halaila hazé mi kol haleilot (mikol haleilot)?
1. Shebechol haleilot anu hochlin chametz u matzá (chametz u matzá)
halaila hazé (halaila hazé) kulo matzá?
2. Shebechol haleilot anu hochlin shear yerakot (shear yerakot)
halaila haze (halaila haze) kulo maror?
3. Shebechol haleilot ein anu matbilin afilu paam echad (afilu paam
echad) halaila haze (halaila haze) shtei peamim?
4. Shebechol haleilot anu ochlin beyn yoshvin u bein messubin ( beyn
yoshvin u bein messubin) halaila hazé ( halaila hazé) kulanu
messubin
(faixa
n°4 )
E
m que difere esta noite de todas as demais
noites do ano?
1. Em todas as noites comemos Chametz e Matzá, nesta noite somente Matzá?
2. Em todas as noites comemos diversas verduras, nesta noite somente
Maror?
3. Em todas as noites não molhamos as verduras nenhuma vez, esta noite
duas vezes?
4. Em todas as noites comemos ora sentado ora recostados, nesta noite
todos recostados?
A
RESPOSTA
Canta-se
AVADIM HAINU (faixa n°5 )
Avadim
ainu, hu ainu
Atá benei chorin, benei chorin
Avadim ainu, atá atá benei chorin
Avadim ainu, atá atá benei chorin
É
ramos escravos do Faraó no Egito,
e o Senhor libertou-nos do Egito com mão poderosa.
Não tivesse o Eterno, bendito seja Ele, libertado nosso povo do Egito,
nós, os nossos filhos, e os filhos de nossos filhos ainda seríamos escravos.
Portanto, ainda que, todos nós fossemos sábios, todos nós eruditos,
todos nós conhecedores da Torá,
ainda seria nossa obrigação contar a historia do Êxodo do Egito.
Além disso, aquele que se aprofunda no seu significado é digno de louvor.
AS
QUATRO CRIANÇAS
E
m quatro passagens a Torá fala da obrigação
dos pais de contarem a seus filhos sobre a saída dos judeus do Egito.
Assim, a Hagadá sugere que a narrativa de Pessach seja contada de quatro
formas diferentes, pensando em quatro tipos diferentes de crianças:
a inteligente, a malvada, a ingênua e a que é muito jovem para perguntar.
A criança inteligente pergunta:
O que significa tudo isso?
A esta criança deve-se contar todos os detalhes sobre o Seder.
Converse com esta criança sobre a importância da liberdade e da justiça
e sobre a necessidade de se agir para transformar o mundo.
A criança malvada pergunta:
O que isso representa para vocês? (e assim se isola da comunidade)
A esta criança deve-se responder:
Junte-se a nós esta noite, esteja inteiramente aqui, ouça com atenção.
Cante, dance, leia e beba, esteja conosco, torne-se parte de nós.
Então você saberá o que o Seder significa para todos nós.
A criança ingênua pergunta:
O que é isso?
A esta deve-se responder:
Estamos nos recordando de um tempo passado em outros tempos, quando
éramos forçados a trabalhar para outras pessoas como escravos. Nós nos
tornamos livres e estamos celebrando nossa liberdade.
E
há também a criança que é muito jovem para perguntar.
A esta criança dizemos:
Querido, esta maravilhosa noite acontece todos os anos nessa mesma época,
para que nos lembremos
de como nossa morte, tristeza e escravidão,
tornam-se vida, alegria e liberdade.
Para nos lembrarmos da tristeza,
comemos ervas amargas;
para nos lembrarmos da alegria, bebemos vinho.
E cantamos a vida, porque nos amamos e amamos você.
M
eu filho, você que já sabe perguntar;
Não sejas como o ingênuo, que ignora os dramas do seu mundo,
Não sejas como o perverso, que conhece esses dramas, mas nada faz para
mudar a situação.
Pergunta, meu filho, pergunta tudo o que queres saber - a dúvida é a
estrada para o conhecimento.
Quando te tornares sábio, procura usar a tua sabedoria em benefício
de todos.
Reparte-a, como hoje repartimos a matzá.
Segue o conselho de nossos sábios, e lembra a saída do Egito, não só
na noite de Pessach, mas todos os dias de sua vida.
A
NARRATIVA: DE ABRÃO A MOISÉS, DE UR À TERRA PROMETIDA, DA CONSTRUÇÃO
DE UMA NAÇÃO
De
Abrão a José; de Ur ao Egito
Levantam-se
os cálices e diz-se:
F
alemos deste povo, então. Falemos dos judeus:
um pequeno grupo humano que viria a desempenhar um grande papel na historia
da humanidade. Um povo inquieto.
Um povo que não buscava o repouso, nem para si, nem para os outros povos.
Há cerca de 4000 anos a trajetória deste povo teve início - quando Abrão
deixou o seu lugar de origem, Ur, na região entre o Tigre e o Eufrates,
para ir a Canaan.
Pois disse-lhe o senhor:
"Sai de tua terra, e da terra de tua gente, e da casa de teu pai,
e vem para a terra que eu te mostrarei;
Eu farei de ti uma grande nação, e te abençoarei e farei grande teu
nome; e serás uma bênção;
E eu abençoarei quem te abençoar,
e amaldiçoarei quem te amaldiçoar;
e em ti serão todos os povos da terra abençoados"
Mas não cessou com a chegada a Canaam a peregrinação judaica.
Povo nômade, os hebreus deslocavam-se constantemente.
E por isso não construíram grandes cidades, nem monumentos comparáveis
as pirâmides.
O que os hebreus levavam consigo, em suas migrações, era a sua tradição,
era a palavra do Senhor, da qual eram guardiães; era a palavra que deu
origem ao livro sagrado, a Bíblia, seu grande legado para a humanidade.
De Abrão, nasceu Isaac, de Isaac, Jacob, e de Jacob, José e seus irmãos.
Quando a fome assaltou as terras de Canaam,
Os irmãos de José encontraram-no no Egito.
José, o vidente,
José, que se tornou vizir do Faraó.
Ali, no Egito, na terra de Goshen foram viver,
E ali se multiplicaram como as estrelas no céu e os grãos de areia das
praias do mar.
A
Escravidão, Moisés
M
as então nuvens negras surgem neste céu
tranqüilo.
Um novo Faraó reina no Egito; ele teme que os filhos de Israel, agora
numerosos, se rebelem contra ele.
E decreta:
"Toda a criança judia, de sexo masculino, deve ser morta ao nascer."
Mas um menino escapa.
O destino poupa-o para ser o libertador de seu povo.
É Moisés, que a filha do Faraó havia salvo das águas para dele fazer
um príncipe.
Moisés, o Príncipe do Egito.
Moisés, poderoso entre os poderosos.
Há um instante na vida de cada homem em que ele se vê diante de seu
destino.
Um instante em que lhe é dado fazer a escolha transcendente, a escolha
que será o divisor de águas de sua existência.
E esse instante chegou para Moisés.
Diante do feitor que espancava cruelmente o escravo judeu, ele não hesitou:
Tomou o lado do fraco contra o forte, do oprimido contra o opressor.
Jogou sua sorte com a sorte de seu pobre, desprotegido povo.
É então que D'us lhe fala.
Não antes do gesto de coragem, mas depois.
É como se a divindade só se pudesse revelar depois que Moisés descobrisse
a si mesmo.
Este é o D'us de Abrão, o D'us de Isaac, o D'us de Jacó;
O D'us que fala da sarça ardente, como a indicar que é necessário manter
viva a chama da fé e da dignidade.
Esse mesmo D'us estende sua mão para Moisés, e acena-lhe com a promessa
que desde então tem animado a todos os povos: terra e liberdade, liberdade
e terra.
A doce liberdade, a fértil terra da qual fluiria o leite e o mel.
E então acompanhado de seu irmão, Arão, que por ele falava, foi ter
com o Faraó e apela: "deixe meu povo sair."
Pousam-se
os cálices.
A
luta pela liberdade, as pragas, a passagem
E
ste apelo desesperado não encontra eco.
A insensibilidade dos poderosos torna-os surdos e cegos
O sofrimento dos oprimidos clama aos céus.
E os céus respondem com fúria. Mas a divindade poupa a seu povo o ódio.
"Minha é a vingança", diz o Senhor.
Só D'us pode dosar o castigo, de maneira a não pagar injustiça com injustiça.
São as forças da natureza que Ele mobiliza para punir os pecadores;
como a sugerir que a própria natureza se revolta.
E são enviadas as pragas:
As águas se transformam em sangue,
Sapos invadem
a terra do Egito,
A terra fez-se uma massa de piolhos,
Animais selvagens atacam os
homens,
Pestes atacam o gado
O corpo dos egípcios ficou coberto por feridas,
Chuvas de granizo
caem sobre as plantações.
Gafanhotos devoram
as colheitas.
As trevas
reinam sobre a Terra.
A paciência do Senhor chega a seu término. Decide dar ao Faraó a prova
definitiva de Seu poder: os primogênitos
serão exterminados.
Mas pelas portas das casas judaicas, untadas
com o sangue do cordeiro sacrificado, a ira do Senhor passará sem se
deter. É a passagem. É Pessach,
indicando que D'us passara por cima da casa dos hebreus.
Mais uma vez D'us chama a si o castigo. Pois somente a um desígnio insondável
tão espantosa punição pode ser atribuída.
Para lembrar o tumulto que segue a opressão, despejamos dez gotas para
as pragas.
Cada gota de vinho que vertemos é esperança e oração, para que todos
os homens rejeitem as pragas que ameaçam a todos, em todos os lugares,
a começar em nossos próprios corações.
Cada gota de vinho que retiramos relembra-nos o fato de que juntamente
com nossa libertação, grandes sofrimentos e perdas afligiram o povo
do Egito, lembrando que nossa alegria não é plena e de que através deste
ato reduzimos nosso prazer.
Derrame
um pouco de vinho ao pronunciar o nome de cada uma das pragas e cante:.
(faixa n°6)
1. Dam Sangue
2. Tsefardeia Sapos
3. Kinim Piolhos
4. Arov Animais selvagens
5. Dever Pestes
6. Schchim Feridas
7. Barad Granizo
8. Arbe Gafanhotos
9. Choshech Trevas
10. Macat bechorot Morte dos primogênitos
A saída do Egito. A caminho da Terra Prometida
E
o Faraó cede. Por fim, o Faraó cede. Podeis partir, ele diz a
Moisés e Arão. E os judeus partem. Às pressas: o pão que levam
sequer pode fermentar. É dessa matzá que eles agora
comerão.
E há razão para a pressa.
Os poderosos não costumam honrar compromissos:
Os exércitos do Faraó vão no encalço dos fugitivos,
surpreendendo-os às margens do Mar Vermelho.
Mais uma vez D'us protege seu povo. Mais uma vez um prodígio da
natureza dá testemunho da aliança sagrada.
As águas do mar se abrem diante dos hebreus e se fecham sobre os
exércitos do Faraó. É o castigo definitivo.
É um castigo, mas não é um ato de ódio.
Tanto que D'us rejeitou os hinos de louvor, que os judeus entoaram
quando chegaram em solo seco e viram os egípcios se afogar.
"Não cantareis enquanto meus outros filhos se afogam."
Os filhos de Israel e todos os homens devem, portanto, aprender a
lição dos acontecimentos daquela noite de Pessach:
Não depositar sua confiança no poder, mas sim, na verdade e na
justiça, pois isto servirá para defendê-los contra os que dominam
pela força dos punhos.
Nossos rabinos ensinam: "A espada surge no mundo por causa de
justiça protelada e de justiça negada."
A travessia do Mar Vermelho não pôs fim aos infortúnios do povo
judeu.
Muito teriam eles de caminhar na desolação do deserto.
E quando a fome e a sede apertaram , foram-se queixar a Moisés,
E em seu desespero, chegavam a lembrar com saudade os tempos do
Egito, onde apesar de escravos tinham o que comer.
D'us não os castigou. Ao contrário; deu-lhe o manjar dos céus, o
Maná e as tábuas da lei.
Deu-lhes o alimento, mas não levou a geração do Egito à Terra
Prometida.
Toda a geração de escravos vagou pelo deserto durante quarenta
anos, incapaz de encontrar o caminho da autolibertação.
Porém, a geração seguinte, nascida no deserto, livre das
lembranças dolorosas e dos medos da escravidão, era independente
de corpo e alma.
Ela deu o salto para a liberdade e foi para a Terra Prometida.
Canta-se Daieinu
(faixa n°7 ):
Ilu ilu hotsianu,
hotsianu mimitzrahim
veló assá baem shefatim
Daieinu
Dai, Dai, Daieinu,
Dai, Dai, Daieinu
Dai, Dai, Daieinu. Daieinu, Daieinu
Ilu assa bahem
shefatim
Veló assá veeloeiem
Daieinu
Refrão
Ilu assa veeloeiem
veló harag becoreiem
Daieinu
Refrão
Ilu natan lanu et
mamonam
Veló kara lanu et aiam
Daieinu
Refrão
Ilu echilanu et haman
Veló natan lanu et hashabat
Daieinu
Refrão
Ilu natan lanu et
hashabat
Veló Kerbanu lifnei har Sinai
Daieinu
Refrão
Ilu natan lanhu et
hatorá
Veló Hichenisanu leerets Israel
Daieinu
Refrão
Bastar-nos-ia
Se nos retirasse do Egito
E não lhes fizesse julgamento,
bastar- nos-ia
Se lhes fizesse
julgamento
E não aos seus deuses, bastar-nos-ia
Se fizesse julgamento
de seus deuses
E não matasse seus primogênitos, bastar-nos-ia
Se matasse seus
primogênitos
E não nos desse seus bens,
bastar-nos-ia
Se nos desse seus
bens
E não nos abrisse o mar, bastar-nos-ia
Se nos abrisse o mar
E não nos conduzisse em solo seco,
bastar-nos-ia
Se nos conduzisse em
seu solo seco
E não afogasse nossos opressores, bastar-nos-ia
Se afogasse nossos
opressores
E não satisfizesse nossas necessidades no deserto 40 anos,
bastar-nos-ia
Se satisfizesse
nossas necessidades no deserto 40 anos,
E não nos alimentasse com maná, bastar-nos ia
Se nos alimentasse
com maná
E não nos desse o sábado,
bastar-nos ia
Se nos desse o
sábado
E não nos aproximasse do Monte Sinai,
bastar-nos-ia
Se nos aproximasse do
Monte Sinai
E não nos desse a Torá, bastar-nos-ia
Se nos desse a Torá
E não nos introduzisse em Eretz Israel,
bastar-nos-ia.
A liberdade. Na terra prometida. A Nação
E
sta é a história que os judeus vem repetindo ao longo de muitos e
muitos séculos.
Nos dias esplendorosos do Templos de Jerusalém, nos amargos tempos
da dispersão, nos momentos mais difíceis de nossa História.
Agora, na terra de leite e mel, a Eretz Israel reconstruída.
Acabamos de agradecer a D'us por tantos atos de salvação.
Evocá-los nos leva ao limite do suportável.
Dezenas de vezes cantamos Daieinu.
Dezenas de vezes dissemos que tal ato divino nos teria bastado.
Se não abrisse o mar, se não nos desse o maná, se não nos desse
o sábado, se não nos desse a Torá, e tudo o mais, bastar-nos-ia.
O primeiro agradecimento ao Senhor é pela liberdade:
Se nos retirasse do Egito, Daieinu.
Todo o resto é consequencia. O maná, as tábuas da lei, a terra
prometida, tudo é decorrência da libertação do povo.
E
sta é a narrativa do Êxodo. Dela, o que é lenda? O que é
História? Impossível saber.
Na poeira do tempo confundem-se fantasia e realidade, fato e
imaginação.
Não importa porém. Não é o fato histórico que conta, mas sim a
lição que dele se extrai. Por isso se diz: "Em toda geração
deve o homem considerar como se tivesse saído do Egito".
A possibilidade de evocarmos, por uma noite que seja, o terror da
escravidão.
A possibilidade de vivermos, por uma noite que seja, a glória da
libertação.
Foi numa noite que Jacó lutou com o anjo e, vencendo-o,
tornou-se Israel,
legando-nos esta lição:
Um povo tem de lutar por sua identidade, ainda que desafiando os
mensageiros do Senhor.
Foi numa noite que Daniel foi salvo da cova dos leões,
mostrando que o justo não tem nada a temer,
nem mesmo as feras selvagens.
Foi numa noite que o perverso Haman foi condenado e o povo judeu
salvo.
Porque a justiça brilha na escuridão da noite como a luz do dia.
Sentemo-nos, pois, em torno à mesa esta noite,
e tomemos o vinho de Pessach, doce como a liberdade.
E falemos da doçura de ser livres; falemos principalmente aos
jovens.
Sigamos o que diz o Seder: "contarás a teu filho".
Porque a mensagem de Pessach, é dirigida sobretudo às crianças e
aos jovens.
Como sentinelas da noite, temos que velar por eles, velar para que
recebam a mensagem da liberdade.
Pessach é a festa das gerações. É a festa em que os pais falam a
seus filhos.
E é por isso que a festa do Pessach é celebrada em família.
Não num templo, mas em casa.
Em torno a uma mesa, de modo que as pessoas se possam olhar,
de modo que o filho possa ouvir do pai o simples, eloqüente relato.
OS TRÊS ELEMENTOS CENTRAIS: PESSACH, MATZÁ E MAROR
D
e acordo, com a Mishná, Rabi Gamliel disse: "Quem deixar de
refletir sobre o significado de três testemunhos: Pessach, Matzá e
Maror não cumpriu o preceito do Seder."
Pessach
Ergue-se osso, e
lê-se:
A
grupado em famílias, nosso povo comeu o cordeiro da páscoa quando
o Templo ainda existia. Para eles, o Pessach era a lembrança de que
D'us passara por cima de nossos antepassados no Egito e foram
redimidos.
Matzá
Pousa-se o osso,
ergue-se as matzot e lê-se o trecho abaixo:
A
ntigamente, a matzá comemorava a lembrança da massa do pão não
fermentado, preparado por nosso povo antes do ato final da
Redenção. Aos que migram, expulsos pela terra, unimo-nos hoje ao
cumprir a mitzvá : "Sete dias comerás matzá para que te
lembres dos dias em que saíste do Egito, todos os dias de tua
vida".
Maror
Coloque as matzot
no local, erga a maror
Q
ual é o significado do maror?
Come-se o maror porque os egípcios amarguraram a vida de nosso
povo, assim como está escrito: Amarguravam-lhes a vida com
serviços penosos de barro e de tijolos e de toda a sorte de
trabalhos nos campos, com todas as tarefas impostas com rigor.
Também hoje, onde quer que haja escravidão os judeus sentem sua
amargura.
Pousa-se o maror
NÓS TAMBÉM FOMOS
LIBERTADOS DO EGITO.NOSSO COMPROMISSO COM A LIBERDADE
E
m cada geração, toda pessoa deve sentir-se como se ela própria
tivesse saído do Egito, assim como está escrito: "Naquele dia
contarás a teu filho: Isto é pelo que o Eterno fez por mim, quando
eu mesmo saí do Egito."
Sempre nos lembraremos: "Nós que fomos escravos no Egito...
nós que fomos estrangeiros.".
Por isso, também recordamo-nos das palavras:
Não oprimirás ao estrangeiro, pois vós conheceis o coração dum
estrangeiro, visto que fostes estrangeiro na terra do Egito.
Se um estrangeiro peregrinar convosco na vossa terra, não lhes
fareis mal... e amá-lo-ás como a ti mesmo,
porque fostes estrangeiros na terra do Egito.
Regozijar-te-ás diante do Eterno teu D'us, tu e teu filho e tua
filha... e o estrangeiro, órfão e a viúva que estão no teu meio.
Lembrai-vos sempre que fostes escravo na terra do Egito.
Não subverterás os direitos dos estrangeiros e dos órfãos.
Lembra-te de que foste escravo na terra do Egito.
O Eterno redimiu não somente nossos antepassados, mas também a
nós, assim como está escrito: "A nós nos tirou do Egito para
nos levar e para nos dar a terra que prometeu como juramento a
nossos pais".
Levantam-se os
cálices de vinho:
Portanto,
rejubilemo-nos
Com o milagre de nossa libertação
Da escravidão à liberdade,
Da agonia à alegria,
Do luto para a festa,
Das trevas para a luz,
Da Servidão para a redenção
HALEL - 1ªPARTE
Diante do Eterno
cantemos uma nova canção:
Canta-se Betzeit
Israel (faixa n°8 )
Refrão:
Betzeit yisraeil mi mitzrayim
Beit yaakov
mei amloeiz
Betzeit yisrael mi mitzrayim
Beit yaakov
mei amloeiz
Haitá, haitá
Iehudá lekodshó
Israel Mamshelotaiv
Hayam hayam raah vaianos
hayarden isof leachor
Refrão
Heharim rakdu heeilim
Guevaot kibnei tson
Ma lechah, hayam, kitanuz
Hayarden tisov leachor
Refrão
Heharim tirkedu
heeilim
Guevaot kibnei tson
Milifnei adon chuli aretz
milifnei eloah Iakov
Refrão
Milifnei adon chuli
aretz
Milifnei eloah Iakov
haofchi hatsur agam maim,
chalamich lemaieinu maim
Refrão
Quando Israel saiu do
Egito
E a casa de Jacob deixou a terra estranha,
Judá tornou-se Seu santuário e
Israel o Seu domínio.
O mar viu e pôs-se em fuga;
O Jordão recuou;
As montanhas saltaram qual carneiros;
As colinas como cordeirinhos do rebanho.
Que te aflige, ó mar, para assim fugires?
E a ti, ó Jordão, para recuares?
Ó montanhas, por que saltais como carneiros?
E vós colinas, qual cordeirinhos dos rebanhos?
Treme, ó terra, diante do Senhor, diante do D'us de Jacob,
que transforma a rocha num córrego.
O FIM DA
NARRATIVA. O SEGUNDO CÁLICE
Com o segundo copo de
vinho,
lembramo-nos da promessa de libertação.
Recordando com gratidão a redenção de nossos pais do Egito,
alegrando-nos com os frutos de nossa luta por liberdade,
encaramos com esperança a celebração de uma futura redenção,
a construção da Cidade da Paz ,
onde todos os homens se rejubilarão no serviço a D'us,
cantando juntos um novo hino,
Bendito sejas Tu, ó Eterno, Redentor de Israel
BARUCH ATÁ
ADONAI ELOHEINU MELECH HAOLAM BORÉ PRI AGAFEN
Abençoado, és Tu,
Adonai, sustentáculo do Universo, por nos ter dado o fruto do
vinhedo, este segundo cálice de vinho de Pessach que é devotado
aos nossos pedidos por aquilo que necessitamos.
Bebe-se o segundo
cálice de vinho.
6. ROTZÁ
Lava-se as mãos
com uma bacia e uma jarra.
Recita-se a
bênção:
BARUCH ATÁ
ADONAI ELOEINU MELECH HAOLAM HASHER KIDSHANU BEMITZVOTAV VE TSIVANU
AL NETILAT IADAIM
Nós te abençoamos,
Adonai, por relembrarmos continuamente do sagrado que é nossa
essência fluida.
7.MOTZI
Retire as 3 Matzot
do guardanapo, levante-as enquanto os presentes põem suas mãos
sobre uma matzá. Recite:
BARUCH ATÁ
ADONAI ELOEINU MELECH HAOLAM HAMOTSI LECHEM MIN HAARETZ
Obrigado, D'us por
ter criado o mundo de onde podemos extrair os componentes do pão.
8. MATZÁ
Distribua pedaços
da matzá de cima e a do meio aos participantes. Recite abaixo:
BARUCH ATÁ
ADONAI ELOEINU MELECH HAOLAM HASHER KIDSHANU BEMITZVOTAV VE TSIVANU
AL ACHILAT MATZÁ
Abençoado és Tu
Adonai, Criador do Universo, que nos fez sagrados ao dar-nos a Lei,
e através desta nos obrigado a comer o pão especial de Pessach, a
Matzá.
Comem-se as matzot
9. MAROR
Toma-se um pouco
das ervas amargas, mergulha-se no CHAROSSET e recita-se:
BARUCH ATÁ
ADONAI ELOEINU MELECH HAOLAM HASHER KIDSHANU BEMITZVOTAV VE TSIVANU
AL ACHILAT MAROR
Nós reconhecemos a
ti, Adonai, a santidade dos Teus mandamentos, em especial um
mandamento tão difícil quanto este de comermos o Maror.
Comem-se as ervas
10. KORECH
Pega-se pedaços
da terceira matzá, coloca-se um pouco de maror entre os dois
pedaços e recita-se:
Preservando um elo
com a prática ancestral, seguimos o costume de Hilel, que combina a
matzá e o maror e coma-os juntos, observado o preceito legado a
ele, exatamente como aos seus antepassados.
Come-se o
sanduíche
Juntos devem ficar a
matzá da liberdade a o maror da escravidão. Pois em tempos de
liberdade há conhecimento de servidão e em épocas de escravidão
há esperança de redenção.
11. SCHULCHAN
ORECH
A refeição é
servida, sendo permitido o uso do vinho.
12. TSAFUN
Após a refeição
o AFIKOMAN deve ser resgatado e comido. Matzot adicionais podem ser
usados.
O
afikoman é repartido, assim como era feito antigamente na oferenda
de Pessach no serviço religioso em Jerusalém.
Por amor à nossa redenção, relembramos a ligação que nos une
com nosso próprio povo e com todos os necessitados.
Com os presos em injusto cativeiro e com os mendigos de ruas.
Com judeus da Síria e de outros países, ainda hoje impedidos de
sair,
Com bósnios, kossovers, muçulmanos perseguidos na Iugoslávia,
E com todos os perseguidos.
Pois nossa redenção é vinculada à libertação do cativeiro de
gente em todo os recantos da Terra.
13. BARECH
O terceiro copo é
enchido e diz-se a oração:
A
migos, vamos dar graça ao Eterno.
BARUCH ATÁ
ADONAI, HAZAN ET HÁKOL
BARUCH ATÁ ADONAI, AL HAARETZ VEAL HAMAZÓN
BARUCH ATÁ ADONAI, BONÉ VERACHAMAV IERUSHALAIM, AMÉN
BARUCH ATÁ ADONAI, HATOV VEHAMETIV LAKOL
Agradecemos a D'us
por Ter nos provido com alimentos.
Agradecemos a D'us pela Terra e por nos prover de seus alimentos.
Agradecemos a D'us pela sagrada cidade de Jerusalém e por nossa
terra ancestral e tribal, Israel.
Agradecemos pelo carinho e bondade onde quer que se manifestem.
Levanta-se o copo
e recita-se:
Juntos, levantamos o
copo recordando a terceira proposta divina:
Assim como está escrito: "Eu vos salvarei com o braço
estendido."
BARUCH ATÁ
ADONAI ELOEINU MELECH HAOLAM BORE PRI AGAFEN
Agradecemos a Ti
Adonai, nosso D'us, por Ter criado o fruto do vinho, este terceiro
cálice de Pessach, o cálice da ação.
Toma-se o terceiro
cálice de vinho
14. HALEL
Enche-se o quarto
cálice de vinho.
A
leluia.
Nós louvamos.
Nossa canção é igual ao canto dos Levitas nos dias gloriosos do
Templo.
Nessa mesma festa, eles cantavam seus salmos de louvor, o Halel.
Nossa canção é igual a todos os hinos de carne e sangue que
cantam o triunfo dos homens sobre os poderes da destruição.
E o hino une-se ao canto de louvor de todos os povos:
Louvor à terra restituída à sua bondade;
Louvor aos homens restituídos à si mesmos;
Louvor à vida realizada com plenitude em sagrada comemoração.
Louvai ao Eterno, vós, todas as nações!
Cantai louvores a Ele, vós, todos os povos!
E a verdade do Eterno subsiste para sempre.
Aleluia
HODU LADONAI KI
TOV KI
LEOLÁM CHASDO
IOMAR NA YISRAEL
KI LEOLÁM CHASDO
IOMRU NA BEIT AHARON
KI LEOLÁM CHASDO
IOMRU NA YIR'E ADONAI
KI LEOLÁM CHASDO
Louvai ao Eterno
porque Ele é bom e sua benevolência é eterna
Diga agora a Israel que sua benevolência é eterna
Diga a casa de Arão que sua benevolência é eterna
Digam os tementes ao Eterno que sua benevolência é eterna
ÁNA ADONAI
HOSHIA NA
ÁNA ADONAI HOSHIA NA
ÁNA ADONAI HATSLICHA NA
ÁNA ADONAI HATSLICHA NA
Rogo, ó Eterno,
salva-nos
Rogo, ó Eterno, salva-nos
Rogo, ó Eterno, faz-nos ser bem sucedidos
Rogo, ó Eterno, faz-nos ser bem sucedidos
Eliahu Hanavi. O anúncio da vinda do Messias
Todos os
participantes colocam um pouco de vinho na taça de Eliahu Hanavi
Q
uantos pensamentos a Memória de Eliahu Hanavi nos lembra,
Quantas imagens este momento nos traz à mente,
As épocas em que éramos objeto de desconfiança,
quando nossas portas estavam abertas à vigilância,
quando homens hostis e ignorantes
arrombavam nossas portas com seu terror.
Eles devoraram a Jacó e devastaram sua habitação.
As injustiças deste mundo fazem-nos recordar Eliahu que desafiou o
poder em defesa da justiça.
Em muitas lendas da tradição judaica ele aparece para ajudar os
fracos.
Q
ue o Misericordioso nos envie Eliahu, o Profeta, para consolar-nos
com as boas novas da libertação.
Para todo problema sem solução,
De dor e sofrimento,
De valor sem recompensa,
De mal sem punição,
Eliahu, algum dia, nos dará a solução.
Existem elos entre o céu e a terra que prometem resposta e
solução às perplexidades da vida.
Eliahu abre para nós o reino de mistérios e prodígios.
Abrimos agora a porta para Eliahu!
Os mais jovens
abrem a porta, o oficiante levanta-se e diz:
D
o Além, o espírito de Eliahu entra nessas paredes.
E saboreia mais uma vez conosco o vinho da promessa eterna:
"Eu vos conduzirei a Terra. Eu, o Eterno"
Agora com a porta aberta, esperamos que Eliahu Hanavi entre.
Ele tem um papel central para o povo judeu.
Ele, que se senta ao lado direito de D'us, é quem avaliará se já
estamos preparados para a era messiânica.
Será ele também quem anunciará o fim dos tempos, a paz entre os
povos e a chegada do Messias.
Será que este ilustre hóspede, aguardado há séculos, virá hoje?
Acho que não, pois não há o que se anunciar.
Mas não tem importância.
O importante é que nossa porta esteja aberta.
Para Eliahu Hanavi, ou para nosso vizinho.
Para o Messias, ou para quem precise de nós.
Todos cantam
Eliahu Hanavi (faixa n° 7 )
Eliahu Hanavi,
Eliahu Ha Tishbi
Eliahu, Eliahu, Eliahu Haguiladi
Bimeheá Veiameinu iavoh Eleinu
Im Mashiach Ben David
Im Mashiach Ben David
Eliahu, o Profeta
Eliahu de Tishbi
Eliahu, Eliahu, Eliahu de Guil'ad
Rapidamente, ainda em nossos dias, virá para nós
Com o Messias da casa de David
Com o Messias da casa de David
Fecha-se a porta
15. NIRTZÁ
A ACEITAÇÃO. O
QUARTO CÁLICE
Levanta-se o copo
A
o se aproximar o fim de nosso Seder, levantamos copos de vinho.
A redenção ainda não é completa.
O quarto copo recorda-nos a nossa aliança com o Eterno,
as tarefas que ainda nos esperam como povo chamado ao serviço de
D'us,
o grande desígnio, para o qual vive o povo de Israel.
A preservação e a afirmação da Esperança.
Assim como está escrito:
"E vos tomarei para que sejam meu povo."
BARUCH ATÁ
ADONAI ELOEINU MELECH HAOLAM BORE PRI AGAFEN
Estamos gratos a Ti,
Adonai, Criador do Universo, por Ter criado a fruta da vinha, este
quarto cálice de Pessach, o cálice de confiança de permitirmos a
nós mesmos confiar.
Toma-se o quarto
cálice de vinho
O QUINTO CÁLICE
Enchem-se os
cálices de vinho pela quinta vez
A escuridão ainda nos envolve ao enchermos este copo,
Mas a luz rompe o dia ao levantarmos o copo,
Até o dia em que poderemos contar
A libertação de todos.
Por isso, servimos este copo
Como símbolo da esperança
Do início da Redenção.
Servimos, mas não
bebemos,
Pois a libertação ainda não é completa.
Aguardamos a chegada de Eliahu Hanavi,
Com quem beberemos a redenção
Cantemos agora na
língua dos nossos antepassados nossa crença na redenção
Canta-se Zol shoin
kumen (faixa nº10)
Zol shoin kumen di
gueule
Zol shoin kumen di gueule
Zol shoin kumen di gueule
Meshiach kumt shoin bald.
Onguezoliet oifn
hartz,
Macht men a lechaim
Unaz der umet lozt nit ruen
Zinguen mir a lid.
Az síz nishto kain bronfn
Muz men trinken maim,
Maim chaim iz doch chaim
Vos darf noch der yid?
Refrão
Tantzn beimer in di
velder
Shtern oifn himl
Reb Isrolik, der mechtin
Dreit zich in der mit
S'vet zich oifchapm Meshiach
Fun zain tifn driml,
Un derhern unzer
Tfiledike lid
Refrão
S'iz a dor fun kulo
chaiev
Zait nit kain naronim
Un fun dem zindikn
Meshiach kumen vet.
Oi, tateniu in himl
S'bet bnei rachmonim
Ze az Meshiach zol nit kumen
A bissele tu shpet
Refrão
Que venha a redenção
Que venha a
redenção
Messias está para chegar
Quando o coração
está pesado
Fazemos um brinde
E quando a tristeza não dá trégua
Cantamos uma canção
Quando não temos aguardente
Bebemos água, pois
Água é vida
O que mais precisa um judeu?
As árvores dançam
nos bosques
Dançam as estrelas no céu
O povo nessa roda
Gira e volteia também
O Messias vai despertar
De seu sono profundo
E com certeza ouvirá
Nossa prece-canção
Somos uma geração
de pecadores
E não nos iludamos
Do nosso pecado surgirá
A vinda do Messias
Oh paizinho do céu
Seus fiéis estão pedindo
Faça com que o Messias não venha
Um pouquinho tarde demais
Levantam-se os cálices
BARUCH ATÁ
ADONAI ELOHEINU MELECH HAOLAM ASHER KIDSHANU BEMITZVOTAV VETSIVANU
LECHADESH ET TIKVAT HA GUEULA
Bendito sejas tu, ó
Eterno, soberano da existência, que nos santificaste com teus
mandamentos e nos ordenaste renovarmos a esperança da redenção.
O copo é
recolocado na mesa sem se tomar o vinho
Canta-se Kin
supiesse y entendiesse (Echad mi yodeá) (faixa n° 11 )
Ken supiesse y
entendiesse
Alabar al Dió queriesse
Qual'o es el uno?
Uno es el Criador
Baruch hu, baruch shemó
Ken supiesse y
entendiesse
Alabar al Dió queriesse
Qual'o son los dos?
Dos Moshe y Aron
Uno es el Criador
Baruch hu, baruch shemó
Ken supiesse y
entendiesse
Alabar al Dió queriesse
Qual'o son los tres?
Tres nuestros padres son
Dos Moshe y Aron
Uno es el Criador
Baruch hu, baruch shemó
Ken supiesse y
entendiesse
Alabar al Dió queriesse
Qual'o son los quatro?
Quatro madres de Israel
Tres nuestros padres son
Dos Moshe y Aron
Uno es el Criador
Baruch hu, baruch shemó
Ken supiesse y
entendiesse
Alabar al Dió queriesse
Qual'o son los cinco?
Cinco libros de la Ley
Quatro madres de Israel
Tres nuestros padres son
Dos Moshe y Aron
Uno es el Criador
Baruch hu, baruch shemó
Ken supiesse y
entendiesse
Alabar al Dió queriesse
Qual'o son los seish?
Seish dias de la semana
Cinco libros de la Ley
Quatro madres de Israel
Tres nuestros padres son
Dos Moshe y Aron
Uno es el Criador
Baruch hu, baruch shemó
Ken supiesse y
entendiesse
Alabar al Dió queriesse
Qual'o son los siete?
Siete dias com Shabat
Seish dias de la semana
Cinco libros de la Ley
Quatro madres de Israel
Tres nuestros padres son
Dos Moshe y Aron
Uno es el Criador
Baruch hu, baruch shemó
Ken supiesse y
entendiesse
Alabar al Dió queriesse
Qual'o son los ocho?
Ocho dias de la Milá
Siete dias com Shabat
Seish dias de la semana
Cinco libros de la Ley
Quatro madres de Israel
Tres nuestros padres son
Dos Moshe y Aron
Uno es el Criador
Baruch hu, baruch shemó
Ken supiesse y
entendiesse
Alabar al Dió queriesse
Qual'o son los nueve?
Nueve meses de la preñada
Ocho dias de la Milá
Siete dias com Shabat
Seish dias de la semana
Cinco libros de la Ley
Quatro madres de Israel
Tres nuestros padres son
Dos Moshe y Aron
Uno es el Criador
Baruch hu, baruch shemó
Ken supiesse y
entendiesse
Alabar al Dió queriesse
Qual'o son los diez?
Diez mandamientos de la Ley
Nueve meses de la preñada
Ocho dias de la Milá
Siete dias com Shabat
Seish dias de la semana
Cinco libros de la Ley
Quatro madres de Israel
Tres nuestros padres son
Dos Moshe y Aron
Uno es el Criador
Baruch hu, baruch shemó
Canta-se Had Gadiah
(faixa n°12 )
Had gadya,had gadya, had gadya.
Dizvan abah bitrei zuzei
had Gadiah,
Had gadya, had gadya,
had gadya, had gadya.
Veatah shunrah
veahal legadya
Dizvan abah bitrei zuzei
Veatah shunrah
veahal legadya
Dizvan abah bitrei zuzei Refrão
Veatah kalbah
venashah leshunrah
deahal legadya
Dizvan abah bitrei zuzei
had Gadiah
Veatah hutrah
vehikah le kalbah
denashah leshunrah
deahal legadya
Dizvan abah bitrei zuzei
Dizvan abah bitrei zuzei
had Gadiah Refrão
Veatah nurah
vesaraf lehutrah
dehikah lehalbah
denashah leshunrah
deahal legadya
Dizvan abah bitrei zuzei
had Gadiah
Veatah mayah
vehavah lenurah
desaraf lehutrah
dehikah lehalbah
denashah leshunrah
deahal legadya
Dizvan abah bitrei zuzei
had Gadiah Refrão
Veatah torah
veshatah lemayah
dehavah lenurah
desaraf lehutrah
dehikah lehalbah
denashah leshunrah
deahal legadya
Dizvan abah bitrei zuzei
had Gadiah
Veatah hashoheit
veshatah letorah
deshatah lemayah
dehavah lenurah
desaraf lehutrah
dehikah lehalbah
denashah leshunrah
deahal legadya
Dizvan abah bitrei zuzei
had Gadiah Refrão
Veatah malah hamavet
Veshahat lashoheit
deshatah letorah
deshatah lemayah
dehavah lenurah
desaraf lehutrah
dehikah lehalbah
denashah leshunrah
deahal legadya
Dizvan abah bitrei zuzei
had Gadiah
Veatah Hakadosh
Baruch huh
Veshahat lemalah hamavet
deshahat lashoheit
deshatah letorah
deshatah lemayah
dehavah lenurah
desaraf lehutrah
dehikah lehalbah
denashah leshunrah
deahal legadya
Dizvan abah bitrei zuzei
Had gadiah
UM CABRITINHO, UM CABRITINHO
Um cabritinho, um
cabritinho
que meu pai comprou por duas moedas.
Um cabritinho, um cabritinho
Veio o gato
E comeu o cabritinho
que meu pai comprou por duas moedas.
Um cabritinho, um cabritinho
Veio o cão
E mordeu o gato
Que comeu o cabritinho
que meu pai comprou por duas moedas.
Um cabritinho, um cabritinho
Veio a vara
E bateu no cão
Que mordeu o gato
Que comeu o cabritinho
que meu pai comprou por duas moedas.
Um cabritinho, um cabritinho
Veio o fogo
E devorou a vara
Que bateu no cão
Que mordeu o gato
Que comeu o cabritinho
que meu pai comprou por duas moedas.
Um cabritinho, um cabritinho
Veio a água
E extinguiu o fogo
Que devorou a vara
Que bateu no cão
Que mordeu o gato
Que comeu o cabritinho
que meu pai comprou por duas moedas.
Um cabritinho, um cabritinho
Veio o boi
E bebeu a água
Que extinguiu o fogo
Que devorou a vara
Que bateu no cão
Que mordeu o gato
Que comeu o cabritinho
que meu pai comprou por duas moedas.
Um cabritinho, um cabritinho
Veio o schoichet
E abateu o boi
E bebeu a água
Que extinguiu o fogo
Que devorou a vara
Que bateu no cão
Que mordeu o gato
Que comeu o cabritinho
que meu pai comprou por duas moedas.
Um cabritinho, um cabritinho
Veio o Anjo da Morte
E matou o shoichet
Que abateu o boi
E bebeu a água
Que extinguiu o fogo
Que devorou a vara
Que bateu no cão
Que mordeu o gato
Que comeu o cabritinho
que meu pai comprou por duas moedas.
Um cabritinho, um cabritinho
Veio o Eterno,
bendito seja Ele,
E matou o Anjo da Morte
Que matou o shoichet
Que abateu o boi
E bebeu a água
Que extinguiu o fogo
Que devorou a vara
Que bateu no cão
Que mordeu o gato
Que comeu o cabritinho
que meu pai comprou por duas moedas.
Um cabritinho, um cabritinho
Canta-se Leshanah
habá Birushalaim (faixa n°13 )
Leshanah Habá
Birushalaim
Leshanah Habá Birushalaim Habnuiá
Para encerrar,
canta-se OSSE SHALOM (faixa n°14 )
Osse Shalom Bimromav,
Hu Iasse Shalom Aleinu,
Ve Al Col Israel,
Veimru Amem
Aquele que firma a
paz nas alturas,
com sua misericórdia,
conceda a paz sobre nós e
sobre todo Seu povo Israel; e dizei Amen.
C
hegamos ao fim do Seder,
Seu ritual plenamente cumprido,
Seus propósitos revelados.
O privilégio que compartilhamos esta noite deverá sempre ser
renovado até que os objetivos divinos sejam plenamente conhecidos e
selada a bênção suprema.
Paz.
Paz para nós.
Paz para todos.
Esta é a nossa esperança
No ano que vem em Jerusalém,
Que no ano que vem, possam todos ser livres.
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